domingo, 7 de novembro de 2010

Visitante sofre no Salão do Automóvel

Salão do Automóvel, o show daquela banda internacional que você tanto esperou ou a final de campeonato do seu time. Com certeza, você não vai perder a oportunidade de ir até o Anhembi e ver todas as atrações desse evento de perto. Mas saiba que vai sofrer para chegar lá. As dificuldades não faltam e tudo contribuiu para você desistir, enquanto a paixão fala mais alto. E para comprovar isso, deixei de lado minha credencial de jornalista e vivi um dia de visitante comum no Salão, como fazia ainda criança ao lado do meu pai.
Para acentuar o “sofrimento”, escolhi a terça-feira (2) de feriado, o dia que prometia lotação na mostra. Não deu outra. Bastou chegar às imediações do Parque do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, para o martírio começar. Foram necessários 40 minutos apenas para chegar ao estacionamento, que fica a uns dois quilômetros da porta de entrada.
Ponto (mais do que) negativo para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que cuida do trânsito nas ruas da capital paulista e fechou a principal rotatória de acesso ao pavilhão. Dez minutos depois, abriu novamente. E nem tente conseguir uma explicação, para não correr o risco de receber uma resposta atravessada. Chegando ao estacionamento administrado pela prefeitura, pago os R$ 20 logo na entrada e pelejo para encontrar uma vaga no espaço de terra. Sorte que a chuva não veio.
Por volta das 14h, levei 20 minutos para comprar meu ingresso. A entrada estava sem filas. Lá dentro, pessoas por todos os lados impedem que os principais lançamentos sejam vistos de perto. Quer tirar uma foto de um carro sem que ninguém atrapalhe? Vai ser difícil, mas vale a pena tentar, a oportunidade é única. Nem tente pegar todas as sacolas que te oferecerem, mas procure pegar uma boa em que caibam todos os materiais que julgar interessante. Afinal, não dá para ir embora sem lembranças.
Quando precisei do banheiro, constatei que, apesar da grande movimentação, não havia fila e o pessoal da da limpeza deu conta do recado. A mesma felicidade não tive na hora de comer. O bolso sofreu. Além de esperar 40 minutos e quase brigar para conseguir uma mesa e três cadeiras, tive de gastar exatos (e absurdos) R$ 53 para comer oito espetinhos e duas latinhas de refrigerante – não se assuste, fui com mais duas pessoas. Ponto positivo para a marca de sorvete que não abusa dos preços e cobra R$ 2 pelo picolé. A outra bola mais do que fora vai para a marca de cerveja que tem a ousadia de cobrar R$ 6 o copo.
Trânsito, estacionamento longe, corredores apertados (sim, o Anhembi já está pequeno para o Salão depois de 50 edições), e você está louco para me perguntar: “vale a pena?” Aí vai a resposta: Impossível dizer que não, pois o prazer de estar ao lado daquele carro que você sonha em ter, poder chegar perto dele, curtir toda esta agitação que só acontece a cada dois anos, mostrar fotos aos amigos, tudo isso, não tem preço. Nós que somos apaixonados, sabemos bem disso. Portanto, leve uma boa dose de paciência, pois lá dentro você encontrará a medida certa para se divertir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário